2 de janeiro de 2017

Sem-fio e sem complicações

Ter um sistema de áudio e vídeo sem fio é desejo de muitos. Mas os apaixonados por áudio de alta fidelidade diziam que esse tipo de aparelho causava interferências, prejudicava a sonoridade e que não tinha a mesma capacidade de transportar sinais dos cabos convencionais. O tempo passou, chegamos à era do streaming e quase todas as marcas de receivers, players e até de high-end já demonstram total adesão à tendência wireless.

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Os argumentos para optar por soluções sem fio vão desde extinguir a poluição visual até reduzir custos com cabeamento. Mas a grande vantagem é a facilidade de instalação, evitando o quebraquebra das reformas. Cortar paredes e tetos de gesso ou alvenaria em uma casa já pronta e decorada é, para muitos, uma ideia inaceitável; outros acabam se conformando com um sistema mais simples, seja estéreo ou multicanal, com cabinhos finos, quase transparentes.

Porém, com exceção de sistemas de áudio portáteis Bluetooth alimentados a bateria, todos os demais necessitam ser ligados a uma tomada de energia. Ou seja, não são exatamente “sem fio”. Ainda assim, vêm sendo cada vez mais utilizados, não apenas para transmissão de áudio mas também de vídeo, como no caso de projetores portáteis. Os padrões sem fio mais comuns atualmente são estes:

WLAN Wi-Fi – Wireless Local Area Network é uma rede com alcance limitado até 100m. Alguns roteadores e/ou extensores podem chegar a 300m. O principal padrão dessa categoria é o Wi-Fi (Wireless Fidelity), nominado como “802.11” pelo IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos). Opera nas frequências de 2,4GHz e 5GHz, com taxas de transmissão de dados de 450Mbps (megabits por segundo) na versão 802.11n; a versão mais recente (802.11ac) pode ultrapassar 1Gbps.

Bluetooth – Utiliza a mesma frequência de transmissão do Wi-Fi, porém somente em distâncias até 10m. O padrão é usado em celulares, notebooks e boa parte dos receivers, TVs, fones de ouvido e sistemas portáteis, substituindo cabos USB, RCA, Toslink e outros. Mas ouvir áudio através de Bluetooth tem limitações: o sinal tem alta compressão e parte das frequências é descartada. Os padrões de Bluetooth mais comuns são 1.2 e 2.1, com taxas de transmissão de 1Mbps e 2.1Mbps, respectivamente. Há no mercado adaptadores compatíveis com versões 3.0 e 4.0 – com taxas a partir de 24Mbps. A versão 5.0, que deve chegar este ano, promete o dobro de velocidade e quatro vezes mais alcance.

Wi-Fi Direct – Permite que dispositivos se interconectem diretamente sem roteador, Wi-Fi nem de internet. É possível transmitir ou compartilhar fotos, vídeos e jogos entre smartphones e TVs smart de forma rápida, sem necessidade de configurações, login e senha. Basta aproximar os aparelhos ou digitar o código PIN em um deles para iniciar a comunicação (mesmo que não haja Wi-Fi no local). Parece similar ao Bluetooth, certo? Mais ou menos: além de maior banda para transmissão e velocidade de dados, no Wi-Fi Direct as conexões estão protegidas pelo protocolo WPA2, a mais recente de segurança Wi-Fi. Outro benefício é transformar um produto Wi-Fi Direct em ponto de acesso, ampliando o alcance de sinal. Pode-se acessar a web através de smartphone num local de baixa intensidade de Wi-Fi, desde que ali esteja instalado um televisor com Wi-Fi Direct. Em nossos testes, esse recurso quase sempre funciona bem, inclusive com a TV em standby.

NFC

NFC – Near Field Communication (“Comunicação por Proximidade de Campo”) também funciona por radiofrequência, mas numa faixa de 13,56MHz e velocidade de somente 424Kbps. É oferecido de forma isolada, ou combinada a Bluetooth, permitindo conexão (pareamento) entre aparelhos a menos de 20cm, sem necessidade de ativação por código. A troca de dados por aproximação física faz do NFC uma tecnologia promissora, por exemplo, para substituir cartões como meio de pagamento.

 

Fonte: HOME THEATER & CASA DIGITAL

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