10 de novembro de 2016

Entendendo as Medidas e Especificações Técnicas (Parte II)

DISTORÇÃO HARMÔNICA

figura 2 3

Figura 2 – Gráfico com a variação da distorção harmônica em um amplificador com a frequência e com diferentes cargas; Figura 3 – Gráfico do espectro da distorção de um amplificador reproduzindo um sinal de 50 Hz.

Medida da relação entre o sinal que desejamos reproduzir e os sinais gerados dentro do nosso equipamento que são múltiplos inteiros (2x, 3x, 4x,…) das frequências contidas no nosso sinal. Todo equipamento, assim como todo sistema existente no mundo, possui imperfeições. Estas imperfeições na grande maioria dos casos se manifestam por meio da geração destes múltiplos da frequência original que estamos reproduzindo e que são chamados de harmônicos. Em um instrumento musical isto é a parte mais importante do timbre dele, e é por isso que a mesma nota tocada por um violino e por uma flauta soam tão diferentes. No caso de equipamentos de reprodução musical, queremos manter os harmônicos gerados por eles mesmos no nível mínimo, pois desejamos ouvir cada instrumento como ele foi gravado. Portanto, em uma primeira aproximação devemos buscar equipamentos que gerem o mínimo possível de distorção harmônica. Porém, tentar condensar a especificação de distorção harmônica em apenas um número é uma forma muito rudimentar de avaliar um equipamento devido a vários fatores, tais como a audibilidade dos diferentes harmônicos. Por exemplo, 1% de distorção de segundo harmônico, quando audível, provavelmente aparecerá como uma alteração ligeira no timbre de um instrumento, enquanto que 1% de distorção composta inteiramente por sétimo harmônico (ou outro mais elevado) soará de uma maneira terrível, como se algo de muito errado estivesse acontecendo. Portanto, apenas um número dizendo que este amplificador tem menos que 0,1% de distorção harmônica, pouco nos informa. Já alguns gráficos como a variação da distorção com a frequência com diferentes condições de carga (fig. 2) e o do espectro da distorção de uma determinada frequência (fig. 3) podem ser muito úteis. Este gráfico da figura 3 nos mostra quanto da distorção é composta por segundo harmônico, terceiro, quarto e etc… nos dando uma ideia de quão mal esta distorção pode soar.

Estas medidas de THD são fornecidas apenas para amplificadores, pré-amplificadores e equipamentos eletrônicos. Especificações de distorção harmônica para caixas acústicas são muito raras. Poucos fabricantes publicam qualquer coisa sobre o assunto e não é por acaso. Caixas acústicas, especialmente nas baixas frequências, geram níveis de distorção harmônica que seriam considerados alarmantes em qualquer outro equipamento. Além disto a própria medição destes valores é muito difícil, sendo muito sensível a detalhes mínimos, de difícil repetição e exigindo muitos cuidados para que tais medições sejam corretamente efetuadas e interpretadas.

Fonte: Revista Audio Video Magazine – Setembro 2016

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